Hoje nosso blog traz uma contribuição mais do que necessária!
A professora Camila Araujo, que ministra a disciplina de Ciências às turmas de 7º e 8º ano da Escola Zélia Correia do Ó, traz uma atividade sobre Vírus.
Em tempos de Quarentena, é sempre bom aprender mais sobre esse assunto!
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Vírus, do latim virus, que significa veneno, sempre
esteve presente em nossas vidas. Eles ganharam esse nome por serem agentes
filtráveis que, até o seu descobrimento, passava pelos filtros (objeto
utilizado para filtrar) dos laboratórios.
Em uma rápida linha do tempo:
·
Em 1886 o químico agrícola alemão Adolf Mayer
descreveu uma doença que afetava as plantas do tabaco (Nicotiana tabacum), a Mosaico do Tabaco, mas sem saber o agente
infeccioso, que até então, se desconfiava ser causada por bactérias.
·
Seis anos depois, em 1892, o biólogo
russo-ucraniano Dimitri Ivanovski, em uma nova tentativa de tratar a doença,
usou um filtro de porcelana para reter as bactérias que causavam a doença. Ele
não obteve sucesso. Usando o extrato obtido na filtragem e borrifando em outras
plantas, que também adoeceram, ele então disse que tinha um “veneno” acometendo
aquelas plantas. Sendo assim, esse ser desconhecido ganhou o nome de vírus.
·
Nos anos de 1930, os cientistas já utilizavam o
termo vírus para descrever todos os agentes filtráveis. Só em 1935, o químico
norte-americano Wendell Stanley conseguiu isolar o vírus do Mosaico do Tabaco,
e a partir daí iniciou os estudos químicos e estruturais desses organismos com
o auxílio do microscópio eletrônico inventado, aproximadamente, na mesma época.
De acordo com a Teoria Celular,
proposta por Mathias Schleiden e Theodor Schwann em 1838, que diz que “todo ser
vivo é formado por célula”, os vírus não são considerados seres vivos por não
possuir tal característica: a presença de célula. Apesar da discussão sobre o
que é vida já ter superado a Teoria Celular e já aceitar que para ser
considerado um ser vivo é necessário apenas ter material genético próprio, seja
DNA (ácido desoxirribonucleico) ou RNA (ácido ribonucleico) ao invés de possuir
todas as demais características que, além de célula e material genético, são
essenciais para os organismos como composição química, movimento, reação,
evolução, adaptação, crescimento e reprodução.
Os vírus são agentes infecciosos,
parasitas intracelulares obrigatórios, com material genético próprio (podendo
ser DNA ou RNA), que não possuem metabolismo próprio. Eles são organismos
simples formados apenas por um núcleo com DNA ou RNA circundado por um
envoltório de proteínas e, em algumas vezes, o envoltório pode ter uma camada
adicional de proteínas chamada envelope.
Quanto se fala que os vírus são
parasitas intracelulares obrigatórios, quer dizer que eles só começam a “viver”
quando encontra um organismo vivo, seja uma bactéria, um protozoário, um fungo,
uma planta, um animal (tanto invertebrado quanto vertebrado). Para que isso
aconteça, os vírus se “especializaram” e só atacam um tipo de organismo. Mas há
raras exceções em que um vírus pode atacar organismos de diferentes espécies,
como é o caso do vírus Influenza ou vírus da gripe que pode ser encontrado em
animais como porcos, baleias, focas, cavalos e aves.
O tamanho do vírus varia entre 20
nanômetros a 1000 nanômetros (nm). Convertendo em escala de milímetros teríamos
0,000002 mm a 0,001 mm. Comparando o tamanho de um vírus da família Coronaviridae, família do vírus que
causa a COVID-19 (Sars-CoV-2) que medem entre 80nm a 160nm com a nossa hemácia
(célula sanguínea) que mede 10.000 nm, ou seja, a hemácia é de 125 vezes a 62,5
vezes maior que o vírus.
Para muitos vírus já conhecidos
existem vacinas. Na tabela abaixo estão algumas dessas vacinas e o vírus da
qual ela protege.
Doença/ Vírus
|
Vacina
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Público Alvo
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Paralisia infantil/ Polivirus
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VOP
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Crianças menores de 5 anos
(a partir dos 2 meses de idade)
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Rubéola/ Rubella vírus; Sarampo/ Measles morbillivirus; Caxumba/ Paramyxovirus
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Tríplice viral
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Todas as crianças a partir de 12 meses de idade.
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Hepatite B/ Vírus da Hepatite B (VHB)
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Vacina contra Hepatite B
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Todas as crianças ( Primeira dose na maternidade,
segunda dose com um mês de idade e terceira dose com seis meses de idade).
Adolescentes que não foram vacinados na infância.
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Febre amarela/ vírus da febre amarela
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Vacina contra Febre Amarela
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Todas as crianças a partir de seis meses de idade
que more em locais onde a doença é endêmica ou em áreas de transição para as
regiões endêmicas Adolescentes que não foram vacinados na infância.
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Rubéola/ Rubella vírus; Sarampo/ Measles morbillivirus
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Dupla Viral
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Adolescentes que não foram vacinados na infância.
Mulheres de 12 a 49 anos que não estão grávidas e que não receberam a vacina
quando crianças.
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Gripe/ Vírus Influenza
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Vacina contra gripe
|
Adultos acima de 60 anos.
|
Após tomar vacinas é comum sentir
febre, cansaço, dor e vermelhidão no local. Isso ocorre por que a vacina está
estimulando a produção de anticorpos e a defesa de nosso organismo.
As vacinas podem e devem ser
tomadas mesmo que a pessoa esteja com febre baixa; desnutrida; com doenças
comuns, como resfriados ou outras infecções respiratórias com tosse e coriza;
com diarreia leve ou moderada; com doenças de pele; tomando antibióticos; com
baixo peso ao nascer ou se for prematura; internada num hospital.
No mais, devemos nos manter bem
alimentados, hidratados, ter bons hábitos de higiene pessoal e cuidado com o
lugar que moramos para que possamos ter uma boa saúde.
Referências
TORTORA, Gerard J Microbiologia [recurso eletrônico] /
Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke, Christine L. Case – 10. ed. – Dados
eletrônicos. – Porto Alegre :Artmed, 2012.
TOSCANO, CristianaCartilha de vacinas: para quem quer mesmo
saber das coisas / Cristina Toscano, Ligia Kosim . - Brasília: Organização
Pan-Americana da Saúde, 2003.
ATIVIDADE
PÚBLICO-ALVO: 7º E 8º ANO
1)Quem descobriu os vírus?
2)Os vírus são seres vivos? Justifique .
3)Quais as principais características dos vírus?
4)Cite 3 doenças causadas por vírus e a sua vacina.
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